Bruxelas, 29 janeiro 2007 – A FFII enviou uma carta aberta a todas as delegações da Organização Internacional de Estandardização (ISO) para que, antes do vencimento -dia 5 de fevereiro – oponham-se com contradições à adoção mediante via rápida (“fast track”) da especificação a mais de 6000 páginas do formato OOXML de Microsoft (ECMA-376).
A proposta de Microsoft dana a adoção do padrão existente ISO 26300 (OpenDocument) que cobre praticamente a mesma funcionalidade com uma especificação de só 600 páginas. A FFII mantém diversas objeções à proposta de padrão.
Office Open XML se baseia em patentes veladas, e em termos de licença não publicados ou incompletos que fazem impossível ou altamente arriscada qualquer reimplementação independente do formato. Também obriga aos desenvolvedores a fazer engenharia reversa para averiguar a forma de funcionar de velhas aplicações e formatos fechados de Microsoft. Ademais, usa formatos não padrões para idiomas e datas, e sua especificação inclui expressamente erros conhecidos como considerar ao 1900 um ano bissexto. Benjamin Henrion, analista da FFII, explica:
“Microsoft está tentando colar uma proposta ultra-complexa num muito curto período de tempo. O processo de fast-track nunca foi pensado para tramitar especificações de tão tamanho tremendo e artificiosa complexidade. Parece claro que existe uma pressão sobre ISO para que não estude detidamente as muitas armadilhas que há em OOXML. Estas incluem verdadeiros campos de minas que permitirão a Microsoft manter um estrito controle sobre quem pode implementa-lo. Microsoft já tentou introduzir suas patentes num padrão internacional anteriormente, dando como resultado um frustrado padrão anti-spam. São múltiplos as associações, empresas informáticas e blogueiros que depois de estudar OOXML o descrevem como um “padrão só para Microsoft”, já que grandes partes do padrão fazem referência ao funcionamento das aplicações, em vez da umas especificações técnicas em si. Como exemplo se pode citar a opção para ativar “alinhamento do texto como WordPerfect”.
OOXML foi criado num ano sozinha pela Microsoft e foi ratificado como ECMA-376 por ECMA, uma associação privada que emite padrões sob demanda. Foi mediante ECMA que Microsoft pôde propor seu formato sob o procedimento fast-track de ISO. Como contraste ao anterior, o formato OpenDocument, regular ISO 26300, precisou 5 anos de trabalho aberto nas organizações ISO/IEC e OASIS, e agora já conta com múltiplas implementações que cobrem todas as principais plataformas (Symbian, Windows, Linux, Mac VOS, BSDs e Solaris).
Pelo contrário, o formato de Microsoft ainda não dispõe de nenhuma implementação no mercado, e, de fato, não se prevê nenhuma a médio prazo aparte da própria de Microsoft.
Alberto Barrionuevo, Vice-presidente da FFII, conclui: “Pedimos a todas as delegações nacionais de ISO que cancelem o processo de fast-track. É simplesmente impossível clarificar todos os problemas e contradições que existem em ECMA-376 num prazo tão curto como o provisto pelo fast-track.
De fato, este conato de padrão tão curto mina a completamente a credibilidade do processo ISO/IEC.
Se Microsoft pode comprar um padrão para seu uso exclusivo com impunidade, para que serve ISO?
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